sexta-feira, 12 de junho de 2009

Missa por dom Pedro Luiz reafirma valores da monarquia brasileira

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Tanto quanto homenagem a dom Pedro Luiz de Orleans e Bragança, a missa celebrada na tarde do dia 10 de junho, na Igreja do Carmo, pelo cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, foi uma oportunidade para que nobres e monarquistas brasileiros lamentassem a perda de uma liderança jovem, que consideravam capaz de conduzir a luta pela restauração da monarquia no Brasil.
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Na igreja, lotada por cerca de 600 pessoas,estavam o chefe da Casa Imperial de Orleans e Bragança, dom Luiz, o príncipe imperial, dom Bertrand, os pais do jovem, dom Antônio e dona Christine, e seus irmãos dom Rafael, dona Amélia e dona Maria Gabriela. O príncipe Pedro Luiz, de 26 anos, foi uma das vítimas do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio-Paris. A missa de sétimo dia foi encomendada pela avó paterna, dona Maria Elizabeth, de 95 anos, conhecida como Maria da Baviera, por sua origem alemã. Era em sua casa, no bairro da Lagoa, que o príncipe costumava se hospedar no Rio de Janeiro.
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"A perda de dom Pedro Luiz é enorme, proporcional à expectativa depositada nele. Tinha perfeita noção da sua responsabilidade, no caso da restauração da monarquia no Brasil. Era muito bem preparado. Formou-se com louvor, fez pós-graduação e estava trabalhando e estudando em Luxemburgo, graças ao tio dom Henrique, irmão de dona Christine, grão-duque da casa reinante naquele pequeno país”, disse a vice-chanceler do Diretório Monárquico do Brasil, Maria da Glória do Nascimento Souza.
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A maioria dos monarquistas presentes à missa está no Rio para o encontro anual de junho, em que se comemora o aniversário do chefe da Casa Imperial. Embora dom Luiz more em São Paulo, é na antiga capital do império que os monarquistas se reúnem para analisar a situação política, econômica e social do Brasil. Da mesma forma, fiel à tradição, a missa foi celebrada na recém-restaurada Igreja do Carmo porque lá dom João VI foi aclamado rei do Reino Unido, em 1818, depois da morte da mãe, a rainha Maria I, a Louca. No Carmo, também, foram coroados os imperadores Pedro I e seu filho Pedro II.
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“Os monarquistas em todo o país estão mobilizados para a coleta das 100 mil assinaturas exigidas pela legislação eleitoral para a criação de um partido político que os represente”, disse Maria da Glória, ao lembrar que, no plebiscito de 1993, para escolha da forma de governo, a república recebeu 44,5 milhões de votos e a monarquia, 6,8 milhões. “Mais do que o suficiente para fundarmos nosso partido. As pessoas em geral pensam que os monarquistas não vivem na realidade, mas isso não corresponde à verdade. Nós trabalhamos e cumprimos nossas obrigações, como todo mundo na sociedade”.
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A curta vida de Pedro Luiz de Orleans e Bragança parece confirmar as palavras de Maria da Glória. Filho e neto de nobres que sempre tiveram de trabalhar, também ele estudava e era empregado num banco luxemburguês, até morrer em um acidente aéreo, quando voltava para a Europa depois de passar uns dias com a família em Petrópolis. Seu pai, dom Antônio, é filho de dom Pedro Henrique (falecido), que veio da Europa com a esposa, Maria da Baviera, fugindo do nazismo. Com a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, primeiro eles foram para a França, mas, com a guerra e a ocupação alemã, vieram para o Brasil. Com as economias de que dispunham, estabeleceram-se em Vassouras, no interior fluminense, e mais tarde também no Paraná.
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Dom Pedro Luiz foi substituído na linha sucessória pelo irmão mais novo, Rafael, de 23 anos, que, a exemplo dos nobres europeus, também tem estudo e preparo para enfrentar as obrigações nobiliárquicas. No encontro anual monárquico, é ele quem deve fazer o discurso em nome da família. Na missa, recebeu com toda a solenidade, ao lado dos pais, as condolências do embaixador e do cônsul belgas, dos parentes da mãe, os Ligne, dos monarquistas e de amigos, como Lily Carvalho, viúva do jornalista Roberto Marinho, que fizeram questão de comparecer à Igreja do Carmo.
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