segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sobre a morte de Marisa

Você sabe o que a ex-prefeita de Uruaçu, Marisa dos Santos Pereira Araújo, estava vindo fazer em Uruaçu, no dia 21 de novembro?


Ela tinha que prestar um depoimento ao delegado local, segundo informações, às 9h, referente a um cambalacho - até provem o contrário - feito por dois funcionários da Câmara Municipal de Uruaçu (Leandro e Luciano), que teriam protocolado na Justiça Eleitoral, no dia 7 de outubro de 2011, às 17h50, um requerimento de desfiliação de Marisa do PMDB, partido em que ela sempre militou.


Aproveitando a oportunidade de já estar em Uruaçu para o depoimento, Marisa agendou uma reunião pública com seus amigos e militantes de política, para às 19h, no Flamboyant Hotel, onde esclareceria os fatos relativos aos documentos fraudulentos e, esperava-se, que ela lançasse sua pré-candidatura à Prefeitura Municipal de Uruaçu - decisão que teria ela tomado dois dias anteriores a sua última viagem. Certamente após refletir no desespero e despreparo daqueles que a queriam fora do jogo político, a ponto de fraudar documentos e protocolar na própria Justiça Eleitoral.


Marisa, que tinha em sua companhia um pai idoso e doente, portanto, carente de atenção especial, saiu de Goiânia, onde residia e trabalhava, já com atraso para esse depoimento e, segundo informações de correligionários do PMDB, comunicou ao delegado que estava a caminho de Uruaçu, mas que chegaria atrasada. Ela era boa motorista e, atordoada com os incidentes criminosos que envolviam sua pessoa; com a fragilidade de seu pai, de quem cuidava; da responsabilidade de assumir uma candidatura enfrentando 'máquinas poderosas' (o Governo do Estado e o próprio Executivo Municipal), que não poupariam energia e dinheiro [público] para fazê-la perder; e, o próprio trânsito, onde talvez jamais imaginasse que seria mais uma vítima nas estatísticas negativas; infelizmente, abusou da sorte numa ultrapassagem de risco, vindo ao destino que todos sabemos: óbito.


Diante do exposto, não me resta a menor dúvida: quem forjou os documentos e seus mandantes têm, mesmo que indiretamente, responsabilidade na morte de Marisa – e do Pr. Raimundo, condutor do outro veículo do acidente.


Àqueles que, porventura, triunfaram diante do ocorrido, deixo uma constatação: Marisa, como ser humano tinha seus defeitos, sim... Mas, nos quesitos honestidade e bondade, ela estava anos-luz à frente de seus adversários.


Em nome de Deus eu peço: que a morte de Marisa não seja em vão. Que a Justiça dos homens tenha a lucidez de levar adiante o caso dos documentos forjados debaixo de seu nariz – desrespeito! – e de punir a quem tiver que punir, doa a quem doer.


E para finalizar, deixo a reflexão de Martin Luther King: "O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."


Carlos Henrique Alves do Rêgo – Carzem

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